Seu pai e daqueles que ronca bastante? Então cuidado! Encarado por muitos como algo sem importância e até motivo de gozações e brincadeiras, o ronco, é na verdade, um alerta do organismo de que algo não está bem.
Considerado um distúrbio respiratório, o ronco atinge entre 30% e 40% dos adultos, sendo mais frequente nos homens devido ao maior comprimento do conduto faríngeo, o que aumenta as chances de colapso ao longo das vias aéreas e provoca maior relaxamento dos músculos durante o sono.
O ronco é algo que incomoda não apenas a pessoa que ronca, por caracterizar-se como um distúrbio, mas também quem está ao lado e não consegue dormir por conta do ruído. De acordo com a Consultora do Sono da Duoflex, Renata Federighi, existem dois tipos de ronco: o posicional e o rítmico. “O primeiro produz o mesmo som ao longo da noite, costuma ser benigno e pequenas alterações comportamentais podem eliminá-lo. Já no rítmico, o barulho é crescente e decrescente com intervalos de silêncio. Esse caso já merece atenção médica, pois pode ser sinal de alerta para a síndrome da apneia do sono, patologia caracterizada pela parada respiratória com duração de pelo menos dez segundos”, explica.
Ainda de acordo com a especialista, uma das causas mais comuns da incidência do ronco é a posição assumida para dormir, associada ao uso do travesseiro errado. “Deitar de barriga para cima não é recomendável. Para aqueles acostumados a dormir dessa forma é importante criar o hábito de dormir na posição lateral.”Outra causa é a obesidade. No caso dos homens, a tendência é engordar em torno do pescoço e da barriga, o que contribui de forma significativa para que o ronco seja frequente e até adquira um ruído mais alto. “Quando se está dormindo, os músculos em torno da traqueia não suportam a gordura em torno do pescoço. Ao deitar de costas, o tecido adiposo aumenta a pressão sobre as vias aéreas, bloqueando-as e provocando o ronco”, comenta Renata. O consumo de álcool e o uso de calmantes também podem ter influência, pois relaxam o músculo da faringe.
O tratamento do ronco pode ser feito de duas formas. Nos casos mais avançados, recomenda-se procurar orientação com profissionais para um diagnóstico mais preciso. Para os casos iniciais, a mudança de posição pode ser suficiente. “A reeducação postural do sono é importante, pois o indivíduo aprende a dormir corretamente, evitando a posição de barriga para cima, que mais causa ronco. A posição mais indicada para deitar é a de lado, sendo aconselhável sempre se dormir com dois travesseiros. Tanto faz se é do lado direito ou do lado esquerdo. Quem dorme de lado deve usar um travesseiro para apoio da cabeça, em uma altura que se encaixe perfeitamente entre ela e o colchão, formando assim, um ângulo de 90 graus no pescoço. Nesta posição os joelhos deverão estar preferencialmente semiflexionados, com um travesseiro entre eles”, orienta a consultora.