Dieta balanceada e a prática regular de exercícios físicos são pontos chaves para a perda de peso, não é mesmo? Mas você sabia que dormir bem também é um grande aliado desse processo? De acordo com estudo apresentado em Chicago, nos Estados Unidos, pessoas que sofrem privação de sono chegam a consumir até 220 calorias a mais em lanches, principalmente carboidratos, no período da noite.
Para chegar nessa conclusão, os estudiosos recrutaram 390 pessoas, entre homens e mulheres obesos, por dois anos. Os participantes foram divididos em três grupos e, após seis e 24 meses de tratamento, constatou-se que os indivíduos que perderam pelo menos 5% do peso ganharam uma média de 21,6 minutos de sono por noite, em comparação com apenas 1,2 minutos para aqueles que perderam menos de 5%. Além disso, aqueles que emagreceram ainda mais que 5% do peso corporal tiveram grandes melhorias no humor e, principalmente, na qualidade do sono.
Quando falamos em dificuldade para emagrecer, o sono deve ser analisado com atenção. Uma noite bem dormida favorece a normalização de níveis hormonais ligados à sensação de saciedade e contribui para a liberação do hormônio do crescimento (GH), que só é ativado quando atingimos um nível de sono profundo. “Nas crianças, este hormônio está ligado à estatura. Já nos adultos, poupa os músculos e estimula a utilização da gordura como fonte de energia”, explica Renata Federighi, Consultora do Sono da Duoflex.
Ainda de acordo com Renata, a falta de sono diminui a produção de melatonina, provoca baixos níveis de leptina – hormônio responsável pela saciedade – e altos níveis de grelina, o hormônio responsável pela fome. “Aqueles que dormem mal têm alteração de seus níveis hormonais, aumentando a fome e a procura por alimentos calóricos. A pessoa passa a ter mais dificuldade de sentir-se saciada, gerando uma espécie de ‘ciclo vicioso’, que pode desencadear a compulsão alimentar”, diz.
PRIVAÇÃO DO SONO E SUAS CONSEQUÊNCIAS
Dormir pouco atrapalha o corpo como um todo. Além de trazer danos quando o assunto é emagrecimento, uma noite mal dormida pode acarretar outros problemas à saúde. De acordo com Renata, a interrupção ou incompletude de qualquer fase do sono, em longo prazo, pode ocasionar falta de vigor físico, envelhecimento precoce, diminuição do tônus muscular, comprometimento do sistema imunológico, diabetes, doenças cardiovasculares e gastrointestinais e perda crônica da memória. “Já em curto prazo, a privação do sono pode causar dores no corpo, cansaço e sonolência durante o dia, irritabilidade, alterações repentinas de humor, perda da memória de fatos recentes, comprometimento da criatividade, redução da capacidade de planejar e executar, lentidão do raciocínio, desatenção e dificuldade de concentração”, alerta.