Você sabia que o sono pode ser um importante aliado na luta contra a obesidade infantil?
Eles são fofinhos, cheios de dobrinhas e nos deixam com uma vontade imensa de apertá-los. É comum que muitos bebês e crianças com essas características sejam vistos como fortes ou saudáveis. Mas, nem sempre toda essa fofura é sinônimo de uma saúde de qualidade, afinal, o excesso de peso nessa idade pode sinalizar um grave problema: a obesidade infantil.
Segundo o Ministério da Saúde, 12% das crianças brasileiras estão acima do peso. Além disso, a obesidade infantil já é considerada o distúrbio nutricional mais comum na infância podendo trazer sérios riscos à saúde dos pequenos. Dentre as principais problemas estão as doenças respiratórias, ortopédicas, colesterol e triglicerídeos elevados, hipertensão arterial e até mesmo o diabetes tipo 2. E qual seria então, o motivo que tem levado muitas crianças a ficarem acima do peso?
As causas são as mais variadas possíveis. Dentre as principais estão a predisposição genética, a alimentação pouco saudável e a rotina sedentária, que inclui várias horas diante da TV ou do computador. Bebês que tem pais com peso acima do normal, possuem maiores chances de também tornarem-se obesos. Além disso, o ganho excessivo de peso da mãe durante a gestação e a diabetes também aumentam as chances de o filho nascer acima do peso indicado. A alimentação inadequada repleta de guloseimas calóricas, o consumo excessivo de doces ou refringentes, a falta de exercícios físicos e as extensas horas diante de aparelhos eletrônicos têm sido apontados como fatores predeterminantes à obesidade infantil.
Na luta contra a balança, de que forma prevenir os pequenos?
“A prevenção da obesidade infantil pode começar com a introdução de bons hábitos alimentares, o estímulo ao exercícios físicos e brincadeiras que gastem bastante energia e o consumo de alimentos com baixo teor de gordura. Além disso, o sono também pode ser um importante aliado”, destaca a Consultora do Sono da Duoflex, Renata Federighi.
Um experimento do Centro de Pesquisas de Obesidade e Educação da Universidade de Brown, nos Estados Unidos, avaliou duas semanas de sono de 37 crianças. Na primeira semana, a proposta era dormir exatamente como faziam em casa. Na segunda, o sono seria regulado para mais ou para menos horas, de acordo com as necessidades do voluntário. A pesquisa concluiu que quando eles descansavam por mais tempo, ingeriam, em média, 134 calorias a menos por dia, além de apresentar peso inferior.
Renata também explica que pessoas que permanecem acordadas por períodos superiores ao recomendado pelos especialistas, produzem menores quantidades de leptina – hormônio capaz de controlar a sensação de saciedade. “O sono está intrinsecamente relacionado aos fatores preventivos da obesidade, além de ser essencial para o equilíbrio de todas as funções fisiológicas e psicológicas do organismo. A privação do sono é um fator que pode influenciar na atividade metabólica do ser humano, afinal, enquanto dormimos, os níveis de leptina aumentam, sinalizando que temos energia suficiente para o momento. E na privação do descanso, os níveis desse hormônio diminuem e o corpo sente necessidade de ingerir maiores quantidades de carboidratos, aumentando o armazenamento de calorias”, explica.
Além da leptina, durante a noite acontece a troca e a regeneração celulares, com a liberação do Hormônio do Crescimento (GH), que ocorre principalmente nas fases mais profundas do descanso e dentre outras funções, ajuda a manter o tônus muscular, evita o acúmulo de gorduras e melhora o desempenho físico. O sono reequilibra o organismo produzindo também, a serotonina, o hormônio responsável pela sensação de prazer, e impedindo a acumulação de cortisol, que melhora o humor e a boa disposição.